Estava eu a matutar, a matutar, acerca de assuntos sem a mínima importância (a minha especialidade), quando uma expressão me assaltou (no sentido de "atacar repentinamente" e não "roubar"), deixando-me a ver tão claro como qualquer coisa, desde que seja bem transparente. Se "a culpa morreu solteira" é porque, e passo a enumerar: ou quis ficar para tia; ou não tinha a perna e o braço direito, tornando-se impossível manter o equilíbrio; era freira (pode existir uma falácia neste argumento, uma vez que alguns defendem que os pinguins se casam com deus...); ou era demasiado independente e nenhum homem aguentou a sua definição de relação (leia-se, era uma grande vaca); ou era mais feia do que as caretas de esgar que faço em pleno trono; ou vivia sozinha numa aldeia sem habitantes abaixo dos 99 anos; ou era inabilitada por anomalia psíquica; ou foi naquela altura em que não existia união de facto e ela não queria pagar mais IRS; ou morreu com menos de 16 anos... Não tem forçosamente a ver com a falta de qualidade dos acusadores (neste caso os "culpadores").
Termino com uma pequena nota explicativa: refiro-me sempre a uma mulher pela simples feminilidade da expressão.
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