Vídeos com alguma facécia

Agora é possível desfrutar de alguns vídeos relacionados com os textos. Para isso basta carregar no título do post. O título é aquela coisa a Negrito, com umas letras maiores, e que antecede as profícuas palavras deste blog. Advertência: Caros leitores, estão completamente proibidos de ver os vídeos antes de lerem as barbaridades escritas, correndo o risco de serem atingidos por uma comichão deveras desagradável na zona da púbis, seguido de pé-chato nas mãos e escorbuto nos tornozelos.

Wednesday, January 31, 2007

Crianças em Saldos

Numa época em que o aborto está na boca de todos, eu e a minha patroa tomámos uma decisão basilar no que concerne ao tema "Família". Vamos ter os putos em Setembro ou Fevereiro. Chegámos à conclusão que só teríamos orçamento familiar se comprássemos os presentes aos putos nos Saldos!

Tuesday, January 16, 2007

Peça no Mosteiro dos Jerónimos

Fui no outro dia ver uma peça no Mosteiro dos Jerónimos. Foi diferente.

Fiquei agradado com o facto de não se pagar bilhete. Não éramos muitos, mas já se sabe que os portugueses não são muito adeptos de cultura. Contudo, fiquei surpreso pela faixa etária predominante na plateia: idosos.

Com a entrada do protagonista (com distintas vestes), a sala movimentou-se. Estranhamente, muitos dos espectadores levantaram-se. Nunca me tinha acontecido. Apercebi-me que estava numa espécie de musical, em que grande parte do público sabia a letra das canções. Por onde tenho eu andado? Trauteei uma que conhecia vagamente: Pai Nosso que estais no céu... O protagonista não era especialmente dotado para a cantoria. No público estavam dez, quinze velhinhas que certamente teriam feito melhor figura. E vontade não lhes faltava. Parecia que estavam numa audição, cantando ao despique. Senti falta de algum acompanhamento musical.

O actor secundário, passou o tempo todo numa lufa-lufa, cá-e-lá, cá-e-lá. Estava sempre a trazer adereços ao actor principal. Parecia que se tinham esquecido de trazer tudo para o palco. Ele era cálices, ele era salvas de prata, ele era bolachas, ele era guardanapos. Laivos de amadorismo.

Confesso que nesta altura fiquei um pouco irritado. O protagonista começa a comer a meio da peça? E ainda enfia um gole de vinho pelo gasganete abaixo? Mais tarde apercebi-me que quem quisesse podia ir comer bolachas. Como estava perto da hora do jantar, decidi poupar-me. Mas deixo aqui um conselho a futuras reposições da peça. O actor poderia (e deveria) usar umas luvas para dar as bolachas ao público. Parece-me pouco higiénico. Se a ASAE aparece lá, parece-me que não vai gostar muito. Já do vinho não reza a história. A esse eu ia. Não partilhou. De qualquer forma eu percebo, o dinheiro para estas peças não abunda e mesmo o vinho do LIDL não fica assim tão barato. Higienicamente também é reprovável que se limpe o cálice com um guardanapo. As máquinas de lavar-loiça existem por alguma razão.

Apercebi-me a certa altura que tinha sido enganado. Afinal pagava-se. Apareceram umas senhoras com um ar suspeito. Nas mãos traziam cestos. Nesses cestos, dever-se-ia colocar o preço do bilhete, deduzi eu. Como não sabia quanto era, e até então não estava a gostar especialmente da trama, deixei quatro euros. Mais tarde arrependi-me. Devia ter deixado menos. Além disso, pude observar que alguns espectadores nada pagaram, ignorando o poderoso cesto.

Não me senti muito confortável com o constante levantar e sentar. Fui apanhado no chamado "efeito-rebanho". O público levantava-se, eu levantava-me; o público sentava-se, eu sentava-me. Foi estranho. A certa altura, e depois de muito tempo em pé, alguns ajoelharam-se, certamente aflitos dos pés. Deduzo que não seria suposto ninguém sentar-se. Foi cansativo, embora me tenha poupado uma ida ao ginásio.

Como seria de esperar e dadas as dificuldades económicas na arte portuguesa, descobri que a peça tinha um patrocínio. Os actores não o esconderam, referindo-o diversas vezes: Espírito Santo. Não condeno. Os tempos são de dificuldade.

Foi um espectáculo diferente, embora me pareça que o protagonista era muito fraco. Não sabia colocar a voz e tinha fraca figura. A voz era tão aguda que por momentos pensei que fosse uma actriz. Não lhe auguro grande futuro. Por outro lado, não concordo que parte do texto seja lido. Como é possível que os actores, em plena peça, puxem de um livro (certamente com o guião da peça) e comecem num simples escorrer de palavras? Os actores têm reconhecidamente boa memória. Não era o caso. Mais valia voltar ao "ponto".

Foi diferente!