Tema recorrente por aqui é a casa-de-banho, a casinha, o quarto-de-banho, o lavabo, o sanitário, e o que por lá passa (ou deixa de passar). Todos conhecemos aquelas estatísticas relativas ao tempo da nossa vida que é preenchido com algo relevante como dormir, trabalhar, estudar, etc. Na estatística da minha vida, o tempo que passo na casa-de-banho, nomeadamente em momentos de natureza escatológica, é de enorme monta. Com uma média diária a rondar os 30 minutos, levo a instalação sanitária muito a sério. Não sou capaz de entrar, fazer o que tenho a fazer e sair, sem um último olhar.
Não será de estranhar que eu tenha uma relação de amor-ódio com o fundamental papel-higiénico. Foi, é, e será um dos azimutes da minha vida. De que modo? As grandes escolhas da minha vida basearam-se numa visita a instalações sanitárias e na consequente inspecção ao alvo papel.
Passo a explicar. Quando passei a ter capacidade de decisão, a qualidade da folha comandou a minha vida. A primeira grande escolha terá sido a Universidade à qual me iria candidatar. Enquanto outros escalpelizavam médias de entrada, saídas profissionais, currículo dos professores, proximidade geográfica, prestígio, eu adoptei outro critério. A escolhida foi a que apresentou o papel-higiénico mais magnificente.
Os meus pais tiveram que mudar para um papel de folha décupla, importado da zona de Caxemira. Caríssimo, mas ou era isso ou perdiam o filho. O que interessa ter dinheiro no banco, quando não se tem qualidade de vida no momento da limpeza do entre-nalgas?
Passo a explicar. Quando passei a ter capacidade de decisão, a qualidade da folha comandou a minha vida. A primeira grande escolha terá sido a Universidade à qual me iria candidatar. Enquanto outros escalpelizavam médias de entrada, saídas profissionais, currículo dos professores, proximidade geográfica, prestígio, eu adoptei outro critério. A escolhida foi a que apresentou o papel-higiénico mais magnificente.
Os meus pais tiveram que mudar para um papel de folha décupla, importado da zona de Caxemira. Caríssimo, mas ou era isso ou perdiam o filho. O que interessa ter dinheiro no banco, quando não se tem qualidade de vida no momento da limpeza do entre-nalgas?
A minha namorada conquistou-me com um papel-higiénico faustoso. Depois de sair daquele quarto-de-banho tinha decidido: aquela era a mulher da minha vida!
Quantas pessoas não perderam a minha amizade (e num ou noutro caso mais grave, a deferência) porque descuravam a qualidade do precioso papel?
Há quem faça dezenas de quilómetros para uma faustosa refeição num qualquer restaurante. Óbvio que também gosto de uma farta comezaina, mas a patuscada começa depois. Há que saber distinguir entre uma folha dupla nacional e uma folha dupla das terras altas!
2 comments:
Postada muito pertinente, sem dúvida. Acrescentaria que qualquer coisa abaixo de Colhogar é indigna de se passear perto do entre-nalgas.
Excelente elemento - fundamental, aliás - e de presença obrigatória à distância máxima de um braço esticado, quando se pressente que vai haver merda, como V. Exa. bem viu.
Post a Comment