Como devem ter reparado, este monte de textos sem grande nexo e sem grande visibilidade tem primado pela ausência. Relativamente à audiência deste blog, numa metáfora de trânsito, assemelhamo-nos a um cruzamento cego, onde, para se colocar o veículo em marcha dentro de parâmetros mínimos de perceptibilidade, é obrigatório o posicionamento do focinho do bólide na já referida intersecção, sob pena de acabarmos como o José Cid (muito menos a andar a cavalo).
Voltando à vaca fria, este blog tem estado em coma. Poderão, inadvertidamente, ter reparado que nos últimos tempos apenas eu posto (e mesmo assim...). Após algum tempo de reflexão cheguei a essa mesma conclusão - cerca de um mês de contemplação expectante. Resultado: fui falar com os outros elementos (?) desta coisa (Ze Halcon e JMP).
Depois de enviar um krava e um kolmi, decidi-me por um telex a Ze Halcon. Ele, delicadamente, não respondeu. Já no caso de JMP, e depois de vários telegramas cantados, optei por dois pombos-correio e duas corujas, observando que ele é um indivíduo extremamente ocupado visto a ausência de notícias. Porém, e num laivo arrebatador de perspicácia, enviei um email a cada um. Óbvio que os repreendi, injuriei-os, cobrando-lhes todas as faltas injustificadas que descontam no tempo de serviço, com especial relevância no momento da reforma. Perguntei-lhes como estava o tempo por Porto-de-Mós e, já agora, porque tinham deixado de postar.
Cerca de um mês depois (bem sei que o trânsito electrónico pode ser pior que o do IC19), ambos me disseram que por muito que tentassem só conseguiam escrever textos com princípio, meio e fim. Tinham perdido a profi! Confidenciaram-me que por mais que empregassem os meios para empreender algo significativo, só conseguiam produzir textos perceptíveis. Eram estruturados, onde se poderia até observar um raciocínio lógico, aterrorizando-os e até acabrunhando-os, sem coragem para assumir um possível fiasco e/ou escândalo sobre as costas (especialmente o JMP, que ainda não recuperou totalmente).
Fiquei desolado! Sugeri-lhes terapia e/ou cortarem as unhas (não importa de que membro). Ficaram de pensar nisso. Espero não tê-los perdido para o outro lado. JMP e Ze Halcon indagaram-me sobre o assunto Porto-de-Mós, ao que eu respondi estou aqui com uma alergia na axila que vocês nem imaginam. Neste momento encontram-se refugiados nos seus lares, em recolhimento espiritual, medicados com CDs Pan Pipe, DVDs da feira com indicações do Buda e uma VHS gravada em long play com todos os discursos do Presidente Sampaio durante a sua estadia em Belém, tendo como bónus, uma cassete áudio, com uma oratória dos seus tempos de universitário.
O diagnóstico é reservado, mas a esperança é a última a morrer, já dizia Manuel Alegre. Será que JMP e Ze Halcon voltarão aqui? Pergunta pertinente, mas quem tem boca vai a Roma, já dizia Mário Soares. Voltará a inspiração à pequenita cabeça de Profi Troll de cada um? Questão deveras atinente, porém em casa de ferreiro espeto de pau, já dizia o Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva.
Eu vou continuar por cá com maior assiduidade, esperando que não estejamos perante uma nova pandemia, iniciada nestes dois laricas, bloguiticamente inimputáveis, por hora.
Aceitam-se alvissaras.
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Léxico:
Profi, capacidade adquirida ainda na infância, que permite a algumas criaturas desenvolverem teorias, relatarem histórias e afins, tendo sempre presente o gosto duvidoso, combinadas com um misto de inverdades e frases que só um verdadeiro Profi Troll (criatura que já domina a profi) descortina. Propensão para explanar matérias de forma semelhante a uma criatura sob o efeito de psicotrópicos.
Laricas: larilas com fominha.