Vídeos com alguma facécia

Agora é possível desfrutar de alguns vídeos relacionados com os textos. Para isso basta carregar no título do post. O título é aquela coisa a Negrito, com umas letras maiores, e que antecede as profícuas palavras deste blog. Advertência: Caros leitores, estão completamente proibidos de ver os vídeos antes de lerem as barbaridades escritas, correndo o risco de serem atingidos por uma comichão deveras desagradável na zona da púbis, seguido de pé-chato nas mãos e escorbuto nos tornozelos.

Thursday, December 15, 2005

A Entrevista Possível com… Gonçalo da Câmara Pereira

Um Presidente para Portugal


Gonçalo da Câmara Pereira não é um político profissional, mas, em 1974, foi fundador do Partido Popular Monárquico (PPM) do qual é actualmente vice-presidente e, nas últimas eleições autárquicas, foi eleito vereador da Câmara Municipal de Arronches. Visto isto, podemos considerar que Gonçalo, apesar de não ser um político profissional, ganha umas coroas com um part-time na política. É poeta, fadista, agrónomo e monárquico com direitos sucessórios ao Trono de Portugal (e quem sabe de Andorra, Granada, Obus e Morteiro), contudo isso não o impede de, como cidadão português, concorrer à eleição ao mais alto cargo da República, principalmente nesta hora tão séria a nível nacional e mundial. Claro que se fosse uma monarquia não tinha de se dar a este trabalho todo, que é uma maçada, diga-se de passagem. Já o pudemos ver no quadrado mágico, na TVI, a cuidar de vacas, cabras, galinhas e também alguns animais.


-O que o levou a candidatar-se?

É o dever de qualquer cidadão português preocupado! E eu sou preocupado, disso não tenham a menor dúvida. Preocupa-me saber se a Leonor Sousa já mudou de número de telefone, se o Batanete anda a dizer mal de mim, se continuo com o tacho no 24 Horas, se o Estado dá umas coroas aos agricultores por causa da seca. Sim, porque na minha herdade não chove há cinco anos (ou até mais). Eu conheço os portugueses e posso representá-los em Belém num cargo que, ao contrário do que se quer dar a entender, não tem responsabilidades de governação. No fundo é viajar, comer, falar estrangeiro e conhecer gente com poder. A única diferença relativamente ao que já faço é que como Presidente da República acontece em maior quantidade e ainda recebo para fazê-lo. E eu penso, já que tem de ser alguém, porque não eu?


-Pondera fazer uso da Bomba Atómica (dissolver a A.R.) caso tenha uma espongivite, magipose ou gases, e o Primeiro-Ministro não faça tensão de o ajudar?

Primeiro que tudo, uma pessoa do meu estrato social não lança gases. Relativamente a magiposes e espongivites já não é possível negar. Tive e com imensa frequência. Como deve saber, quem priva, como eu, com imensos animais, é alvo dessas enfermidades, até porque nem todas são de confiança, vêm lá do estrangeiro e... Ops... Quer dizer, quando falo delas refiro-me às bestas, óbvio! No entanto, tenho medicamentos e mezinhas de sobra para casos desses. Voltando aos gases, devo fazer uma confidência: uma vez por outra largo-me. Claro está que apenas na privacidade dos meus lavabos, ou quando estamos entre amigos. Nunca na presença de uma senhora. Entre amigos, é até uma ostentação de marialvismo. Eu sou um marialva e nessas situações ninguém me pára. Os meus amigos até dizem que não há ninguém com o meu traquejo.


-Em que medida se sente apoiado por um partido, um inteiro ou outra coisa qualquer?

Sou apoiado pelo PPM. É o meu partido! Sendo vice-presidente do PPM, é natural que me admirem, me amem, me adulem, me bajulem, me apapariquem, me contemplem, no fundo, se verguem perante a minha superioridade adquirida à nascença. No entanto, não almejo agregar o voto de todos os monárquicos. Sei que tal não é possível pois tenho um adversário de alto gabarito. Não podemos esquecer que temos outro candidato que pretende fazer nascer uma nova espécie de monarquia. A monarquia republicana. Não escondo que estou a falar de Mário Soares. No entanto, creio obter o apoio dos fadistas, uma vez que este país precisa de mudar de fado. Não faço a mínima ideia do que esta frase significa, mas calculei que criaria algum impacto ao dizê-lo.


-Caso tenha poderes para tal, pondera vender a Madeira? E os Açores? E o Continente?

Nunca! Não podemos vender terra que tanto custou a conquistar aos mouros e assim. Essa malta que gostaria de ver partes da nossa pátria vendida são uns rotos. A minha proposta é no sentido inverso. Proponho anexar as Canárias, as Periquitas e quem sabe as Papagaias. No fundo é uma questão de gosto. Proponho também um ataque militar e consequente anexação do Peru (até porque as ceias de Natal ficariam substancialmente mais baratas). Além disso, as ex-colónias são de uma importância tremenda. A Nobreza não andou a levar cachaporra na cornadura para nada. Temos de voltar a conquistar esses países e colocá-los de novo sobre nossa alçada. Falo também do Brasil; aquelas mulatas dão cabo de mim. É imperativo instaurar o direito de pernada e recolocar Portugal nos mapas mundiais como a coutada do macho latino por excelência.


-Coloca a hipótese de o poder lhe subir à cabeça (ou a outros locais à sua escolha)?

Na cabeça de um monárquico só entram uma coroa ou Restaurador Olex. Tudo o resto são vertigens. Eu não prometo empregos para todos nem o céu na terra. Nisso o Clero é soberano. Vou dar uma identidade a Portugal. Uma identidade e um bilhete, já agora. Não é contra ninguém, é por Portugal. E nas cabeças de Portugal faz falta Restaurador Olex. A população está envelhecida e um pouco Olex, escondia os cabelos brancos e a idade de reforma até poderia ir mais longe. Propunha até que os portugueses se reformassem pelo número de cabelos brancos detido. Nesse sentido, por exemplo, o António Calvário ainda está para as curvas. Para as curvas e para os rectos... perdão, para as rectas. E a Maria José Valério? Adiante. Não só nada vai subir a lado nenhum, como a minha presença em Belém irá contribuir para a imagem de Portugal no mundo e atrair a atenção internacional para a Democracia em Portugal, nem que seja pelo absurdo da situação...


-Já conhecia o Profi Trolls?

Não, admito que nunca tinha ouvido falar de vós. Mas, é bem possível que vocês também nunca tenham ouvido falar de mim. Mas quero agradecer esta oportunidade, uma vez que ainda ninguém se tinha lembrado de mim. Admito que a minha página na internet é insignificante, mas esperava que alguém se pudesse lembrar de mim. Nem a Elsa Raposo me telefonou. Estou triste, mas da tristeza se faz o orgulho, e do orgulho se faz outra coisa qualquer que agora não me lembro. É possível mudar! Existe alternativa (pelo menos no mundo tauromáquico)! Só a minha eleição para Presidente da República poderá fazer nascer um Portugal mais moderno e democrático, onde as soluções de liderança são aquelas que o povo escolhe (por mais estranha que esta frase possa convir, vinda da boca de um monárquico – mas se até o meu irmão aplaudiu de pé o Viva a República em plena Assembleia, o que posso eu fazer?). Já agora, quantos é que vós sois? Três? Já pensaram votar em mim? Posso tentar falar do Profi Trolls ao Birzalhão, à Júlia Pinheiro, ou até ao Moniz...

Foi a Entrevista Possível. Obrigado!

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